por Marcos Cestari https://www.facebook.com/marcos.cestari "pós Rancor - pós TV - pós FDE impressões, experiências e leituras pessoais sobre a rede de todas as redes Desde de que o mundo é Mundo o ser se perdeu do Humano. E foi o Humano que decretou por emenda imediata de que a inteligência dominante na Terra fosse tratada por ser. Pois só assim o Humano seria algo bem mais que os demais da mesma espécie. Dessa articulação que fazia bicho ser bicho, planta ser planta, pedra ser pedra e humano ser humano; o ser virou sir. Devotos e fiéis cavalheiros em nome da causa e do reinado, da pauta e do estado. Servis marionetes do tal "status" que a eles fora concedido. No começo não me senti perdido. Pelo contrário, a primeira coisa que pensei, e ferrenhamente acreditei quando fui apresentado à Feira Dos Desempregados foi: como eu não pensei nisso antes. Achei GENIAL. Primeiramente devo me situar: sou um paulistano quase Geólogo, formado em Propaganda e Marketing que trabalhou muito tempo no tal cinema publicitário que nos engana mas paga as contas, e que largou tudo pra deixar de sonhar com o intangível e SER Palhaço. Quando optei pela mudança, sai da capital e migrei para Ribeirão Preto, importado por um imensurável amigo que me acolheu e me guiou nesse caminho que hoje é vida. Pela minha experiência em edição, publicidade, comunicação e quetais, fui apresentado a um coletivo local, ponto de articulação FDE. Me envolvi de verdade com a causa. Não vou detalhar minha relação com o Coletivo Fuligem, e o que veio a se suceder, porque acima de tudo respeito o trabalho que eles realizam. Me atento a relatar minha experiência com o FDE, e vejo esse coletivo como um empreendedorismo na área de comunicação. A relação destes com a rede das redes é solução deles, relato deles, experiência deles. Pois bem, mergulhei. Achei que a vida no mundo tinha solução, que o capitalismo cruel que me vazará da vida sucedida publicitária tinha cura. Realmente imaginei uma cura. Se por uma lado vislumbrava viver da arte, entende-la e torna-la o meu ganha pão, por outro continuava meus pulos editando filmes do imensurável grupo que é parte da minha família. E ai me veio a primeira indagação: os Famigerados Desempregados Executivos não fizeram absolutamente nada nesse Cabaré de Artes Integradas. Por que eu tenho que colocar as LOGOMARCAS deles em destaque como apoio??? Enfim, não só as colocava como as destacava em feitos e animações de pós produção. E assim a vida foi se seguindo. Se por um lado larguei uma vida ganha pra ganhar vida e ser artista, por outro fazia de tudo, menos a arte a perder de vista. Fazia a mesma coisa que fazia na capital. E ai me questionei outra vez: Nesse sonho que eu não sonhei, e tão pouco criei, e que preza nas artes a mudança de comportamento e intento na vida desse ser que enfim vai voltar a SER Humano, não tem ARTISTA. Faço um importante (parenteses) aqui: (tudo que se generaliza em texto, foca na maioria. Conheço grandes artistas, minoria, que ainda devem fazer parte do FDE). Estava virando um Produtor Cultural. Mas não um qualquer, eu tinha uma REDE pra criar LASTRO, pra ter VOZ, ter AÇÃO. E curti, e repercurti, e robotizei, e continuei. É um tanto de lista que a gente entra, tudo setorizado, e dividido, e é tanto email que a gente recebe; que a gente se sente importante. Aprende a separar em pastas, a classificar, a compartilhar. E o Facebook então. Curtir nunca mais foi a mesma coisa. A janelinha do FACE ou do GTALK piscava, eu já tava sabido, era copy/paste pra toda minha lista de amigos. Ahhh, e quando vinha os tais Compactos Onda. Da Hora. Quando vinha pra mostrar quem era o dono da Bola então, era demais. Vinha com a hora de inicio, de término, as ‪#‎hashtags‬ e uns bem 10 textos prontos. Era só curtir, retwitar, postar e esperar o alvo tentar responder. Ai outra, e outra, e outra onda até calar a voz. Só janelinha piscando com a ordem clara. E olha, se você tentasse argumentar que o CHINA até que tinha alguma razão. A razão mora no movimento não no indivíduo que tem opinião. Convenhamos, ainda mais se a opinião for contrária ao movimento né. Democracia em rede é assim, uma maioria conectada contra uma idéia contrária. E ai uma coisa engraçada. Eu fui questionar e nem tinha a mínima idéia do que era o China hahaha. Tomei!!! "E vai me dizer que ele tem Razão??? De novo esse assunto de Cachê, vai se preocupar com coisas mais importantes". La fui eu replicar e exercitar meu polegar opositor com meu dedo indicador. Dalhe copy paste, dalhe Ilha das Flores, afinal, o intelecto superior estava pra se definir. Fui pra minha primeira, e derradeira, imersão na casa FDE/SP. Imersão pra quem não sabe é ficar uns 3 dias escutando uma bem falada lavagem cerebral em um quarto com umas 15 pessoas das quais geralmente 12 fumam sem parar. Imersão é aprender a trocar a interrogação do questionamento, pela exclamação do "MASSA!!!". É aprender que F5 é atualizar, é ter alguém que te detona em argumento e fato pra te desarmar, e em seguida ver um outro com o discurso imediato que bate no Córtex, ricocheteia no lobo parental e vai direto pra mente. E não para. Da Agência pro Banco, do Banco pra Midia, da Midia pra Universidade, da Universidade pra desvairada vaidade. É a hora de se encontrar e conhecer frente a frente a entidade Pablo Capilé. O poder de persuasão, o discurso, a retórica em pessoa. Ele é foda pra convencer, ele é foda pra prender a sua atenção, ele é foda. Tão foda que fiquei mais de uma hora na sala DELE, escutando o tal Felipe falar, e falar, e fumar, e fumar, e falar, e fumar. E o tal Capiroto não desgrudou os olhos do seu MACBOOK Pró em nenhum instante. Ai quando o discípulo findou a ladainha, o mestre discursou em primeira pessoa FDE. Achei bem interessante o quanto um EU onipotente fala tanto NÓS onipresente. O modus operandi da casa é ficar com vergonha de atender o celular pra falar com a namorada. Ahhhh, a namorada é um caso a parte que logo logo chego lá. Ninguém olha pra você. Falar é um erro. O computador é o meio. Mesmo questionando muita coisa, fui me envolvendo cada vez mais. Ainda mais que o povo que trabalhava em RP tinha uma vibração distinta. Tinha amizade ali, bem diferente da casaSP. Veio o Congresso em Araraquara. Fomos em peso. O primeiro dia foi como qualquer congresso; debates vazios de pauta e diversão. Foi lá que eu conheci a Gringa, Lais Bellini. Mas isso também fica pra logo mais. GTs (Grupos de Trabalho) IGUAIS a todo e qualquer congresso. Discussões, pautas e apontamentos IGUAIS a todo e qualquer congresso. Eis que chega a dita liderança Horizontal; Pablo e Felipe. Acabaram-se as discussões, as piadas e as conversas. Uma só pessoa falava. Uma pessoa apaixonada por George Orwell. Ele discursava por horas. Cativava pelo improviso programado de quem tem um OBJETIVO. Ele PREGAVA a falta de OBJETIVO. Ele PREGAVA a importancia das pontas para manter o núcleo. Ele pregava as portas abertas com a Vale do Rio Doce e com a Petrobrás. Ele PREGAVA a necessidade das casasFDE. Ele PREGAVA os Editais. Que as pontas poderiam participar. Mas que a intenção do FDE em si, era escrever os editais para estas "estatais". Avalia-los, julga-los. A Tropa de Choque do FDE havia chegado para coibir TODa e QUALQUER oposição à Rede de todas as Redes. TODO e QUALQUER argumento contrário ao já decidido, pautado e decretado pelo Estado era ferozmente aniquilado pelas Palavras de Efeito Moral. Formou-se lá o PAN, Ponto de Articulação Nacional, do qual fiz parte. Extensas reuniões via Skype aos Sábados as 14h. As pautas eram postadas e um brasil de gente respondia "OK", "MASSA", DE ACORDO". Mas vou reclamar, EU achava ser o cara que mais tava ganhando Lastro nesse sistema Horizontal de Poder declarado. E veio a Casa Fora do Eixo São Carlos. O Massa Coletiva era uma referência de gente que não tirava o olho do monitor. Fui pra lá e fiz um puta vídeo em Stop Motion homenageando-os. Ganhava ali a minha credencial para a primeira Turnê do Clube de Cinema, com o curta "Abel contra o Muro". Horizontalidade. Me convidaram pelo Skype a tal. Um carro, cinco pessoas. Diretor, Produtor, Sustentabilidade, Homem Midia(eu) e um Estilo Libertário da terra do Sol nascente. Curiosamente o segundo relato, e que me encorajou a escrever este, era a sustentabilidade recebendo uma ligação do Capiroto atrás da outra. Conhecemos muita gente bacana que deixou de ser bacana e foi literalmente aliciada. Foi nessa viagem que questionaram o meu namoro e me deram conselhos. Me falaram que namorar pessoas de fora da rede, não era legal para rede. Pessoas de fora poderiam gerar um ruído desnecessário ao andamento das pautas coletivas do FDE. Pra que escolher e pensar quando temos seres pensantes que escolhem o que é melhor pra gente né??? Eu era responsável por publicar pílulas de documentários a cada parada. Eu era??? NÃOOO!!! Eu tinha um CHEFE!!! Um terceiro elemento que não estava no programa Roda Viva, mas que já estava na Pauta da TV Cultura em outros programas. Olha só, a Midia NINJA era meu chefe. E olha que era com todos os chefetismos que uma qualquer multinacional tem. Sabe aquele trabalho que você não recebe nada mas é cobrado por tudo. Pensando bem, me sinto um NINJA também. Hoje eu me emocionei ao ler o depoimento da Lais e ver que a sustentabilidade da Turnê estava liberta. Me senti na obrigação de escrever isso para encorajar mais e mais gente ao fazer. Gringa, a gente é livre, estilo Japonês Libertário, saca. Não tive a vivência dela em morar na casaSP, e o que escrevo aqui, são impressões e experiências minhas, como já dito anteriormente. Hoje eu também fiquei boquiaberto com o depoimento da Beatriz. Creio que na primeira vez que ela circulou com o Bollywood Dream ela veio aqui pra RP. Eu tava Fora do meu Eixo e falei tanto, mas tanto pra ela. Que hoje me bateu uma certa culpa quando a li. Vim aqui acompanha-las no achincalhamento geral que deve estar sendo programado no bonde da madrugada meninas. Mas acho que já sei o alvo viu. China, nem sei que tipo de música você toca. Posso até já ter escutado, ter te visto ou quetal, não é desprezo, é gosto e idade mesmo. Porém quando presenciei e questionei a hora, o local e a razão que iam te achincalhar, vi que não era minha praia. E agora querer fazer debates pra se sair de herói senhor Capilé??? Tenho uma leitura bem peculiar da Rede das Redes, a qual fui tido como Traidor, e quem vê o semelhante em igual tamanho e capacidade, não teme traição ao meu ver. Horizontalidade então: Jovens recém formados, e ainda sem emprego, na eminência de sairem das suas repúblicas interioranas, foram abduzidos por esse construir coletivo que a rede das Redes prega ao invéns de voltar aos lares paternos. Aquela banda de Faculdade, dobrou o Diploma, enfiou no Bolso, e foi circular na multiplicidade da rede de todas as redes. Os festivais foram canibalizados pela rede de todas as redes. A Cultura vêem sendo canibalizada. Quem ostenta ter uma língua própria não quer ser entendido, quer conversar só com quem quer aprender aquela língua. Senhor FDE, vcs criaram um dicionário próprio. Seus editais ganhos em prol da arte são ganhos pela arte dos outros, pois a rede de todas as redes não preza a arte, não consome arte, não respira arte. A rede de todas as redes representa uma inquisição cultural que preda e queima os opositores que fazem frente a ela. E que infelizmente são os artistas em questão. O FDE não cria, se apropria. E suspirei alto da primeira vez que fui apresentado ao FDE: "Como eu não pensei nisso antes; genial, a revolução não vem da Educação, vem da cultura. Usa a cultura de laboratório e depois aplica isso na Educação, na Saúde, no Esporte...". Deu pra Sacar??? Hoje descobri que me distanciei de duas pessoas queridas por achar que elas tinham sido abduzidas por completo nesse FDE Way of Life. E provavelmente elas pensaram o mesmo de mim. Mas não. E desse "mas não" outras e outras surpresas virão. Outros Acordarão Lais, Beatriz; respeito meu nariz =o) MCestari de lembrança pensei nesse e no Episódio do anão de Itú =o) escolhi esse Pq Chega de Gueri Gueri" Retirado de https://www.facebook.com/beatriz.seigner/posts/10151815710663254 em 14 de agosto de 2013