No fora do eixo, não é nada incomum aparecerem os "deslumbrados", os "afobados", os "desavisados", os "mesquinhos", os "traiçoeiros", os "oportunistas", "os entendidos", "os sábios", os "profetas", os "explorados", os "egoístas", os "coorporativos", os "machistas", "os fracos", os "arrogantes", os "vendidos", os "raivosos" e etc. Igual a vida "de fora" do FdE. Afinal, viemos "de fora". A tendência é que mesmo com muito desejo pra mudar essas "práticas", mudar o conjunto de valores da "vida padrão", às vezes deixemos nos levar por esses "vícios" em determinados momentos. Igual a tudo na "vida". Nos exemplos mais banais. As vezes sabemos e queremos emagrecer, mas não "conseguimos", nos "rendemos" ao vício, "aos maus hábitos alimentares" que "fazem mal" para o objetivo da mudança. Somos seres humanos. Mas o problema é quando deixamos essas práticas, nos dominar. Nesse momento, é orgânico dos que estão fazendo o contrário, "repelir" tais práticas, não legitimando-as como coerentes com a nossa "expressão" comum. É como um organismo vivo, humano, que detecta uma doença e começa a agir pra que seja resolvida. Se o corpo sozinho não der conta é preciso contar com elementos externos que tragam soluções. Nem sempre o "remédio" já está pronto, embalado, só esperando o "dinheiro" ou a "troca de produtos" pra ser comprado. É preciso fabricá-lo e pra fabricar, é necessário experimentar. No experimento, erros são soluções pro acerto. Indica por onde não funciona seguir e te libera de mais um, dos tantos caminhos possíveis, pra atingir o resultado. Não precisamos concordar com tudo e achar as respostas "perfeitas" pra toda situação, precisamos nos respeitar, nos tolerar, nos auto criticar, nos relacionar, nos conectar, nos ajudar, nos conhecer, nos vivenciar, nos curtir e investirmos juntos em pautas comuns, onde concordamos, onde acreditamos juntos. É isso que fazemos "pra dentro" e buscamos conseguir fazer "pra fora" continuadamente, sistemicamente, com paciência, perseverança e esperança, de que um dia, todos ou a maioria, deixem as "armadilhas" do próprio ego que o fazem ser mais sozinhos, repetitivos como um "robô" seguindo a lógica e as práticas do "padrão", acreditando ser o sozinho, sinônimo de liberdade, independência e autenticidade. E finalmente superar-se se entregando pro envolvimento maior com o outro, e mais outro, mais outro, até que se possa estabelecer uma conexão em rede, afetiva, amigável, honesta, confiável, disposta, estimulada a se unir para investimentos do comum. Isso é ser humano: individual e coletivo, exclusivo e inclusivo, simples e complexo, contraditório e paradoxal, concentrado e distribuído. É isso que vejo, sinto, acredito e pratico no fora do eixo. Os que viveram por um período com a rede e foram "rejeitados" organicamente por provocarem mau à saúde, danificarem o sistema imunológico, psicológico e caminhar velozmente para matar o organismo, vivo, sempre nos trouxe a reflexão e auto crítica. Pô, onde podem estar os erros e como podemos melhorar pra que não haja esse efeito colateral? E a resposta empírica, da própria inteligência coletiva, mais sábia pra manter o equilíbrio, a consciência e a crença de que é possível, sempre se mantém "otimista" pelos resultados benéficos, visíveis a olho nu, que equilibram essa equação. De uns 30 que já devem ter passado pela rede, de 2 mil que se "apropriam" de alguma forma dela, só alguns a rejeitam cruelmente. Os momentos ruins, as decepções, as frustrações, as raivas, as mágoas que vivi com eles, não me dariam "coragem" de compartilhar provocando um linchamento público. Nesses casos, acho mais justo "me valer" do meu indivíduo que é capaz de ser coletivo, considerando cada um deles, sobretudo humanos, sem comprometê-los de maneira extrema a ponto de serem sucateados, violentados, rechaçados e queimados em praça pública. E até mesmo quando sinto justiça em rebater na mesma medida, pra no mínimo manter equalizado, deixando fluir com desejo a reação da ação, meu senso coletivo e a resposta, ainda que "enviezada" da "turma do deixa disso", conseguem me conter mais cedo ou mais tarde. Só consigo por fé em mim, nos meus pares e na inteligência "oculta" coletiva que nos identifica e unifica cedendo a força potente de todos nós, pra cada um se motivar a ser sempre mais generoso do que covarde. E seguir em frente, sempre. Retirado dehttps://www.facebook.com/lenissalenza/posts/572014682859462 em 10 de agosto de 2013